MEV em Dermatologia?!

Descubra o que dizem as evidências mais recentes sobre dieta e suplementação em rosácea, hidradenite supurativa, herpes labial e vitiligo. MEV aplicada à dermatologia!

Afinal, qual o papel de modificações dietéticas (exclusão de alimentos e suplementações) em quatro condições dermatológicas: rosácea, hidradenite supurativa (HS), herpes labial e vitiligo?!

É o que veremos hoje – baseado nas mais novas evidências sobre o tema, é claro!

1. Rosácea

  • Eliminação de certos alimentos: evitar alimentos muito quentes, picantes, álcool e ricos em cinamaldeído pode reduzir exacerbações (evidência anedótica).
  • Vitamina D: estudos de caso-controle são conflitantes quanto à sua eficácia.
  • Zinco: resultados inconsistentes em pequenos estudos; falta comprovação robusta.
  • Recomendação geral: não há evidência suficiente para suplementações de zinco ou vitamina D. Evitar alimentos-gatilho pode ser tentado.

2. Hidradenite Supurativa (HS)

  • Dieta sem laticínios: relatos sugerem melhora, mas faltam estudos randomizados.
  • Dieta de baixo índice glicêmico: teoricamente benéfica, porém com pouca evidência robusta.
  • Dieta sem levedura: melhora sintomática em pequenos estudos, mas sem controle adequado.
  • Perda de peso: evidência de benefício, embora cirurgia bariátrica possa causar deficiências.
  • Zinco: melhora clínica com doses como 90 mg/dia, especialmente em casos de deficiência.
  • Vitamina D: deficiência é comum em HS; suplementação pode ajudar.
  • Recomendação geral: controlar peso e suplementar zinco e vitamina D (se deficientes) é respaldado por evidência moderada. Dietas de exclusão exigem mais estudos.

3. Herpes Labial

  • L-Lisina: pode prevenir episódios em dose de até 3 g/dia, mas não encurta lesões ativas.
  • Zinco: evidência laboratorial, mas faltam estudos clínicos robustos.
  • Recomendação geral: L-lisina pode ajudar na prevenção. Zinco ainda carece de comprovação.

4. Vitiligo

  • Estresse oxidativo: envolvido na doença; antioxidantes são estudados como coadjuvantes.
  • Vitaminas B12 e C: relatos sugerem benefício com esteroides ou fototerapia.
  • Vitamina D: suplementar apenas em caso de deficiência.
  • Vitamina E: ação antioxidante, mas com evidências limitadas.
  • Polypodium leucotomos: mostrou benefício como coadjuvante à fototerapia em estudos controlados.
  • Ginkgo biloba: estudos piloto sugerem benefício, mas sem consenso.
  • Recomendação geral: Polypodium leucotomos pode ser útil com fototerapia. Suplementação de vitaminas apenas se houver carência.

Conclusão

Em geral, faltam ensaios clínicos controlados e randomizados sobre dietas e suplementações em doenças cutâneas. Muitas intervenções parecem promissoras, mas a maioria das evidências ainda vem de relatos de caso ou estudos pequenos com limitações metodológicas.

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