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Como o Nutricionista Pode Auxiliar Pacientes com Doenças Hepáticas

alimentação consultório dcnts nutricionista nutrição Aug 20, 2024

 

As doenças hepáticas, como a cirrose, são condições graves que requerem um cuidado nutricional especializado. Nutricionistas desempenham um papel crucial no manejo dietético desses pacientes, com o objetivo de minimizar complicações, melhorar a qualidade de vida e, se possível, retardar a progressão da doença. Neste post, abordaremos as principais diretrizes para a elaboração de uma dieta adequada para pacientes com doenças hepáticas, discutindo os sintomas da cirrose, a desnutrição, a saciedade precoce, o balanço de nitrogênio, a prevenção da hipoglicemia e as restrições dietéticas recomendadas.

Sintomas da Cirrose

A cirrose é uma condição crônica e irreversível, caracterizada pela substituição do tecido hepático saudável por cicatrizes. Isso leva à perda de função do fígado, com uma série de sintomas debilitantes. Entre os mais comuns, estão:

  • Icterícia: Amarelamento da pele e dos olhos devido ao acúmulo de bilirrubina no sangue.
  • Ascite: Acúmulo de líquido na cavidade abdominal, causando inchaço e desconforto.
  • Varizes esofágicas: Dilatação das veias do esôfago, que pode levar a sangramentos graves.
  • Encefalopatia hepática: Alterações mentais e de comportamento causadas pelo acúmulo de toxinas no sangue.

Esses sintomas impactam diretamente a nutrição do paciente, tornando ainda mais desafiador o manejo dietético.

Desnutrição no Paciente com Cirrose

A desnutrição é um problema comum em pacientes com cirrose, afetando até 90% dos indivíduos com a condição em estágio avançado. A má absorção de nutrientes, o aumento das necessidades calóricas devido à inflamação crônica e a perda de apetite contribuem para essa situação. A desnutrição agrava o prognóstico, aumentando o risco de complicações e mortalidade. Portanto, uma abordagem nutricional adequada é essencial para manter o estado nutricional e evitar o catabolismo muscular.

Saciedade Precoce

Pacientes com cirrose frequentemente experimentam saciedade precoce, um sentimento de plenitude após ingerir pequenas quantidades de comida. Isso se deve à presença de ascite e à compressão dos órgãos abdominais, que reduzem a capacidade de consumo alimentar. Para contornar esse problema, é recomendado oferecer refeições menores e mais frequentes ao longo do dia. Alimentos de alta densidade calórica, como óleos saudáveis e suplementos nutricionais, podem ajudar a fornecer as calorias necessárias sem aumentar o volume alimentar.

Balanço de Nitrogênio

O balanço de nitrogênio é um aspecto fundamental a ser considerado no manejo nutricional de pacientes com doenças hepáticas. Manter um balanço de nitrogênio positivo é crucial para evitar a degradação muscular e a perda de massa magra. Isso pode ser alcançado através de uma ingestão adequada de proteínas, que, ao contrário do que se acreditava anteriormente, não deve ser severamente restringida em pacientes com cirrose. A recomendação atual é de 1,2 a 1,5 g de proteína por kg de peso corporal por dia, dependendo do estado clínico do paciente. Durante muito tempo, a restrição proteica foi uma prática comum em pacientes com cirrose devido ao medo de precipitar a encefalopatia hepática. No entanto, evidências recentes demonstram que a manutenção de uma ingestão adequada de proteínas é vital para prevenir a desnutrição e manter a função imunológica e muscular.

Evitar Hipoglicemia

A hipoglicemia é uma complicação comum em pacientes com cirrose devido à redução da capacidade do fígado de armazenar e liberar glicose. Para evitar essa condição, é fundamental que a dieta inclua fontes de carboidratos complexos distribuídos ao longo do dia, prevenindo longos períodos de jejum. Em casos mais graves, pode ser necessário oferecer pequenas refeições noturnas ou suplementos específicos para garantir a manutenção da glicemia.

Restrição de Sal

A retenção de líquidos e o desenvolvimento de ascite são problemas frequentes em pacientes com cirrose. Para controlar esses sintomas, é recomendada a restrição de sódio na dieta. A ingestão diária de sal deve ser limitada a cerca de 2 g por dia. Essa restrição ajuda a controlar a retenção de líquidos e a pressão portal, reduzindo o risco de complicações como a ascite e o edema. No entanto, a restrição de sódio deve ser equilibrada com a necessidade de manter o apetite e a ingestão alimentar adequada.

Considerações Finais

Elaborar uma dieta para pacientes com doenças hepáticas exige um entendimento profundo das complexidades associadas à cirrose e suas complicações. O foco deve ser em prevenir a desnutrição, manter o equilíbrio de nitrogênio, evitar a hipoglicemia e manejar os sintomas de maneira eficaz. Cada paciente é único, e a abordagem nutricional deve ser personalizada, levando em conta o estado clínico e as necessidades individuais. Nutricionistas têm a oportunidade de melhorar significativamente a qualidade de vida desses pacientes, oferecendo suporte contínuo e ajustando a dieta conforme necessário.

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