O que é Medicina do Estilo de Vida e por quê ela importa para TODOS os(as) médicos(as)?
Jan 03, 2024Quantos pacientes com Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (DCNT) você atende por dia? Não importa a especialidade e independente do número que você responder, a resposta sem dúvidas vai ser maior que 0.
Todo ano, perdemos 41 milhões de pessoas (74% de todas as mortes do mundo) em função de Doenças Crônicas Não-Transmissíveis. A maior parte dessas mortes (77%) estão em países de baixa e média renda, como é o caso do Brasil.
Mas espera aí, você tem clareza sobre o que são Doenças Crônicas Não-Transmissíveis? Os quatro principais grupos de DCNT são doenças cardiovasculares, cânceres, doenças respiratórias crônicas e diabetes que, somadas, representam 80% das mortes prematuras por esse tipo de causa.
Qual é o problema disso? Essas doenças normalmente estão associadas com pessoas com idade mais avançada. Só que quase metade das mortes nos últimos anos têm sido prematuras. Entre as causas estão aquelas “queridinhas” que você já conhece - inatividade física, uso nocivo de álcool e dietas não saudáveis - e não sabe tratar!
Já parou para pensar que praticamente todos os guidelines médicos recomendam mudanças no estilo de vida como primeira linha terapêutica para uma infinidade de doenças? E, claro, além disso, essas mesmas mudanças no estilo de vida são recomendadas para a manutenção de uma boa saúde. Aposto que todos os dias você fala para pelo menos um paciente alguma variação das seguintes frases:
“Não vai ter jeito, o sr(a) precisa perder peso.”
“Quando você vai parar de fumar, sr(a) fulano(a)?”
“Seu/Dona fulano(a), quero que o(a) sr(a) caminhe 30 minutos 3x na semana, combinado?”
Pois é. Nas faculdades de medicina e residências médicas o médico é formado para se tornar um expert no campo que desejar. E são os experts que ditam as regras. É assim há milhares de anos. Por quê, então, quando você recomenda manda (é assim que falamos entre os colegas né?) o paciente perder peso, parar de fumar ou fazer exercício, ele não “obedece”?
Muita atenção na informação a seguir: o paciente é o expert do seu estilo de vida, independente de quantos anos de faculdade, residência, fellows e especializações acadêmicas você fez. Compreender isso e trabalhar com esse fato como aliado é imprescindível para realizar mudanças efetivas e duradouras no estilo de vida dos pacientes e prevenir mortes prematuras por Doenças Crônicas Não-Transmissíveis.
Você pode se tornar capaz de fazer isso estudando Medicina do Estilo de Vida, um ramo da medicina tradicional, que tem como objetivo manter a saúde otimizada, prevenir, tratar e em alguns casos até mesmo reverter algumas doenças crônicas, em todas as fases da vida.
As intervenções utilizadas nesse ramo da medicina são intervenções comportamentais baseadas em evidências científicas que buscam melhorar a capacidade de autocuidado ou autogestão dos pacientes. Assim, o próprio paciente é capaz de atuar e melhorar suas condições - apoiado no seu conhecimento técnico - nos 8 pilares da Medicina do Estilo de Vida: nutrição, atividade física, sono, estresse, saúde sexual, abuso de substâncias, saúde ambiental e conexões sociais.
Você parou para pensar sobre quantos dos seus pacientes seguem, de fato, suas recomendações?