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Tudo sobre Gasto Energético: Entenda a diferença entre GEB e GER na sua prática clínica!

alimentação carreira-medica educação continuada gasto energético medicina Apr 02, 2024

Você já se perguntou na sua prática clínica o que estava fazendo de errado para aquele paciente não ter o resultado esperado? Essa questão é especialmente verdadeira quando se trata de hábitos alimentares, algo pouco aprofundado na graduação e na residência.

Dúvidas passam pela sua cabeça: será que investiguei direito às doenças pregressas? Ou será que ele está mentindo para mim? Isso! Certamente ele não está seguindo o que passei. De fato, essas dúvidas passam pela cabeça do profissional; afinal, é frustrante não chegar ao objetivo previsto.

Porém, em algumas ocasiões, pode ser apenas uma questão de conceitos. Você, médico, sabe a diferença entre Gasto Energético Basal (GEB) e Gasto Energético em Repouso (GER)?

Gasto Energético Basal (GEB) é o gasto mínimo de energia em 24 horas. É você ficar em repouso durante 24h sem sequer ter variação de temperatura e estar em Jejum por no mínimo 10h. Diferentemente do Gasto Energético em Repouso (GER) que, embora tenha repouso no nome, não quer dizer exatamente isso. Ele é o gasto de energia para sustentar as funções vitais do paciente, incluindo a digestão do alimento.

O GER leva em consideração diversos fatores, modificáveis e não-modificáveis: estatura, composição corporal, idade, sexo, clima, alteração hormonal, etc. Essa diferença conceitual é extremamente importante para que não se subestime a taxa metabólica do paciente, visto que se pode, por consequência, aplicar uma estratégia nutricional abaixo da necessária para o indivíduo. A GER pode ser, em média, 15% maior que a GEB.

Ter esse conceito consolidado é extremamente importante para acompanhar um paciente em transição de um percentual de gordura mais elevado para um aumento da massa magra, uma vez que o peso poderá continuar igual, porém a GER irá mudar, visto que a composição corporal se modificará. Músculo possui um gasto energético maior que o Tecido Adiposo.

A melhor maneira de calcular esse gasto energético é pelo teste da Água Duplamente Marcada: o paciente ingere a água com isótopos e, após as reações metabólicas acontecerem, é medida a calorimetria indireta através da quantidade de oxigênio, proveniente da água ingerida, expirado na forma de CO2. Essa técnica é o padrão-ouro para avaliar a taxa metabólica de um indivíduo, porém ela não é factível de ser usada na prática clínica do dia-a-dia.

Então, como faremos?! Alguns pesquisadores criaram fórmulas que podem ser usadas nos consultórios. Uma das mais famosas é a Equação de Harris-Benedict, que muitos médicos utilizam nos seus consultórios. Entretanto, para os padrões alimentares atuais ela se torna imprecisa. Para se ter mais precisão em suas aferições, os atuais guidelines recomendam as Equações de Mifflin-St Jeor.

Portanto, para se estimar o gasto energético total do seu paciente devemos aplicar a Equação de Mifflin-St Jeor e somar com a termogênese pelas atividades desempenhadas por ele no dia a dia.

E como calcular essa termogênese de atividades? Ótima pergunta! Esse será o próximo assunto abordado no Blog: Como calcular de maneira correta o gasto energético com atividades físicas do paciente.

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