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Feb 17, 2025comportamentos acumulados de estilo de vida – englobando atividade física, comportamento sedentário, sono e qualidade da dieta, medidos desde a infância até a adolescência – estão associados aos níveis de estresse percebido e sintomas depressivos na adolescência?!
Importância e Contexto
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Problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade, surgem com frequência na adolescência e início da vida adulta, afetando até 25% a 30% dos jovens.
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Entender os fatores de proteção e risco ao longo do desenvolvimento é essencial para identificar crianças e adolescentes em maior risco e para orientar intervenções preventivas.
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É aí que entra o Estudo em Questão publicado na JAMA Pediatric:
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Trata-se de um estudo de coorte prospectivo realizado na Finlândia, parte do estudo PANIC (Physical Activity and Nutrition in Children).
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Foram coletados dados de crianças com idades entre 6 e 9 anos, com seguimento de 8 anos até atingirem a adolescência.
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A análise incluiu 187 adolescentes com dados válidos sobre comportamentos autodeclarados e 170 com dados de comportamentos medidos por dispositivos.
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Exposições (Comportamentos de Estilo de Vida):
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Atividade Física (PA): Avaliada tanto por meio de questionários (incluindo PA total, não supervisionada, participação em esportes e exercícios supervisionados) quanto por dispositivos (acelerômetro com sensor de frequência cardíaca, mensurando diferentes intensidades).
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Comportamento Sedentário (SB) e Tempo de Tela (ST): Incluindo tempo total de tela, uso de computador e dispositivos móveis, medidos via questionário e dispositivo.
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Sono: Duração do sono também avaliada pelo sensor.
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Qualidade da Dieta: Determinada a partir de registros alimentares de 4 dias e do Baltic Sea Diet Score.
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Desfechos:
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Estresse Percebido: Medido pela versão finlandesa da Cohen Perceived Stress Scale.
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Sintomas Depressivos: Avaliados pela Beck Depression Inventory.
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Análise Estatística:
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Utilização de modelos de regressão linear para avaliar as associações entre as exposições acumuladas (calculadas através da área sob a curva – AUC – ao longo de três pontos temporais: baseline, 2 anos e 8 anos) e os desfechos de saúde mental.
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Foram ajustados os modelos para idade, sexo, educação dos pais, status puberal e percentual de gordura corporal.
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Interações entre sexo e os comportamentos foram avaliadas para investigar diferenças entre meninos e meninas.
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Resultados
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Perfil dos Participantes:
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Dos 504 participantes na fase inicial, 187 adolescentes (média de idade de 15,8 anos; 51,9% meninos) apresentaram dados válidos de comportamentos autodeclarados e saúde mental.
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Em média, os participantes acumulavam cerca de 2 horas diárias de atividade física (autodeclarada), 0,7 hora de atividade física moderada a vigorosa medida por dispositivos, 4,7 horas diárias de tempo de tela e 9 horas de sono por noite.
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O Baltic Sea Diet Score médio foi de 67% do valor máximo.
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Associações Encontradas:
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Atividade Física:
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Níveis mais altos de PA total e exercícios supervisionados foram inversamente associados aos escores de estresse percebido e sintomas depressivos.
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Em meninos, PA total e PA não supervisionada apresentaram associações inversas significativas com os sintomas de saúde mental.
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Tempo de Tela:
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Maior tempo total de tela, uso de computador e, especialmente, uso de dispositivos móveis, foram positivamente associados a maiores escores de estresse percebido e sintomas depressivos.
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Outros Comportamentos:
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Não foram encontradas associações significativas entre a qualidade da dieta ou duração do sono e os desfechos de saúde mental.
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Os achados indicam que uma maior exposição cumulativa a tempo de tela, sobretudo o uso de dispositivos móveis, desde a infância está relacionada a níveis mais elevados de estresse e sintomas depressivos na adolescência.
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Por outro lado, níveis mais elevados de atividade física – especialmente quando realizada em ambiente supervisionado – parecem ter um efeito protetor, associando-se a menores níveis de estresse e depressão.
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Ajustes estatísticos adicionais sugeriram que, quando se considera o tempo de tela, as associações da atividade física com os desfechos de saúde mental são atenuadas, indicando que reduzir o tempo de tela pode ser ainda mais importante para a promoção da saúde mental do que apenas aumentar a atividade física.
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As análises diferenciadas por sexo revelaram que, em meninos, a atividade física autodeclarada teve uma associação mais robusta com melhores indicadores de saúde mental, enquanto em meninas essas associações foram menos evidentes.
O estudo de coorte com adolescentes finlandeses demonstrou que a exposição cumulativa a comportamentos de estilo de vida ao longo da infância – especificamente, maior tempo de tela (principalmente uso de dispositivos móveis) e menor atividade física – está associada a níveis mais elevados de estresse percebido e sintomas depressivos na adolescência. Esses resultados enfatizam a necessidade de promover intervenções que reduzam o tempo de tela e incentivem a prática regular de atividade física para melhorar a saúde mental dos jovens.